S.M.S

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

SAÚDE SEXUAL: DISFUNÇÃO ORGÁSMICA, EJACULAÇÃO RETARDADA E ANORGASMIA


Ejaculação retardada (ER) é provavelmente a menos frequente e menos entendida das disfunções sexuais masculinas, atingindo menos de 3% dos homens sexualmente ativos.
Ejaculação retardada é definida como tempo prolongado entre o início da atividade sexual e o orgasmo. A forma mais grave dessa doença é a anorgasmia, ou seja, apesar da atividade sexual e estímulo adequado, o homem não consegue atingir o orgasmo. Uma característica marcante dos pacientes com ejaculação retardada é que raramente esses pacientes apresentam qualquer dificuldade em iniciar ou manter ereção e, apesar disso, os pacientes apresentam baixa satisfação sexual, com grande ansiedade associada a essa condição.
A ejaculação retardada pode-se dividir entre primária, na qual a ER acompanha toda a vida sexual do paciente ou secundária, em que o problema se inicia após determinada idade. Além da idade de início, pacientes com ejaculação retardada secundária conseguem atingir o orgasmo com masturbação, o que pode dar indícios da etiologia e auxiliar no tratamento do paciente.
Quais as condições que podem estar relacionadas à ejaculação retardada e anorgasmia?
1. Causas orgânicas
Diversas doenças sistêmicas como esclerose múltipla, diabetes, traumas da medula e cirurgias da região pélvica podem levar à perda da sensibilidade da região pélvica e a diminuição da inervação simpática (responsável pela ejaculação), causando ejaculação retardada. Essas causas são mais facilmente identificadas durante entrevista e exame físico, e a correção dessas doenças pode parar a progressão da disfunção sexual ou até mesmo reverter o quadro.
2. Causa medicamentosa
Muito utilizados no tratamento da ejaculação precoce, os medicamentos antidepressivos, especialmente os inibidores de recaptação de serotonina têm como grande efeito colateral o tempo prolongado de ejaculação. Estratégias que podem ser utilizadas para atenuar esse efeito colateral consistem em troca do medicamento, de acordo com a autorização do especialista, redução da dose ou até mesmo interrupção do uso do medicamento nos finais de semana.
3. Causa psicogênica
A causa mais importante que está relacionada à ejaculação retardada é a causa psicogênica.
Antecedentes de abuso sexual na infância, fundamentalismo religioso e medo de engravidar a parceira podem explicar alguns dos casos de ejaculação retardada. Outros pacientes simplesmente atingem o prazer sexual apenas com a masturbação e perdem o interesse sexual pela parceira, que não consegue fazê-lo atingir o orgasmo. Outro problema frequente é o desinteresse progressivo com a parceira em uma relação prolongada, com envelhecimento mútuo. A última causa psicológica que pode estar relacionada com a ejaculação retardada é a ansiedade de desempenho, em que o paciente se preocupa tanto em controlar a ejaculação que acaba não conseguindo atingir o orgasmo quando deseja.
Tratamento
Para melhor entender e tratar o paciente com ejaculação retardada é necessário realizar uma investigação não apenas médica, com história detalhada, exame físico, exames subsidiários com antecedentes e medicamentos, mas também instituir um inquérito psicológico, de relação interpessoal e cultural completos, de modo a poder entender o contexto em que o paciente se insere.
Além da psicoterapia que é muito importante no contexto da ejaculação retardada, o tratamento ainda está muito baseado na importância da masturbação para o tratamento dessa afecção.
Orientam-se os pacientes a experimentar diferentes maneiras de realizar a masturbação, de preferência na presença da parceira, de modo a aumentar o estímulo sexual progressivamente até conseguir chegar ao orgasmo. Outras vezes orientamos a masturbação como um ensaio, ou seja, descobrir durante a masturbação qual o estímulo sexual que mais facilmente leva o paciente ao orgasmo e dessa forma ensinar a parceira essas práticas de forma a atingir o orgasmo em conjunto mais facilmente.
No caso da ejaculação retardada secundária pode-se utilizar as mesmas estratégias utilizadas na ER primária, adicionando eventualmente fantasias sexuais e rotinas previamente usadas na pratica sexual de modo a melhorar a satisfação durante o coito. Terapia de casais pode eventualmente reaproximar os parceiros e melhorar sua intimidade para renovar o interesse sexual.
Vale lembrar que em uma parcela dos casos de ER secundária, o fator desencadeante para a doença é justamente o excesso de masturbação, ou seja, o paciente satisfaz-se sozinho e o coito passa a ser uma obrigação com a esposa. Nesses casos orientamos a suspensão temporária da masturbação e limitar a liberação do orgasmo apenas durante a relação sexual.
Fonte:bostonmedicalgroup.com.b

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